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Eólica deve assumir 2º lugar na matriz energética no Brasil

setembro 6, 2017


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Segundo uma pesquisa da Agência Internacional de Energia Renovável, a eólica pode gerar 3 milhões de postos de trabalho até 2030 em todo o mundo.

Investimentos no setor ainda estão concentrados nas indústrias de grande porte. Esse é o assunto do último episódio da série Energia Limpa Ao Alcance De Todos

Considerada praticamente infinita, a energia eólica representa hoje 7,4% da matriz energética brasileira. Ela só fica atrás da hidrelétrica e da energia de biomassa.

Na primeira metade deste ano, a produção nacional de energia a partir dos ventos cresceu 27% na comparação com o mesmo período de 2016.

Os investimentos no setor ainda são recentes, mas a perspectiva é muito positiva, como destaca a presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica, Élbia Gannoun.

“O recurso eólico brasileiro é praticamente infinito, então a possibilidade de aproveitar os recursos no futuro é muito grande. Em 2025 a energia eólica será a segunda maior Brasil”, diz Gannoun.

Além da produção energética, o meio ambiente também é beneficiado por esse modelo. O total de emissões evitadas apenas no ano passado, a partir do uso de energia eólica, foi de mais de 17 milhões de toneladas de gás carbônico.

O Rio Grande do Sul é considerado uma potência na geração através do vento. O estado tem o segundo maior número de parques eólicos instalados – 78 – atrás apenas do Rio Grande do Norte.

Diferentemente da energia solar ou dos sistemas de reaproveitamento de água, o potencial eólico brasileiro ainda é restrito aos investimentos de grande porte. Segundo Élbia Gannoun, a explicação está nas próprias características da matriz energética.

“Com a tecnologia que temos não é possível aproveitar a energia em todos os lugares, não é distribuído e sim, concentrado por definição em algumas regiões. Por conta disso, não temos muito perspectiva sobre a micro geração eólica”, diz a presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica.

No entanto, existem também exemplos de emprego de aerogeradores e outros equipamentos em pequena escala.

Um edifício localizado aqui em Porto Alegre foi o primeiro empreendimento comercial a utilizar energia eólica no Brasil. É o Prédio Eólis, localizado na avenida Carlos Gomes.

Um aerogerador foi instalado no topo do edifício.  Engenheiro da Electric Service – empresa responsável pela gestão da energia no prédio – Guilherme Schallenberger ressalta que, apesar de não ser um equipamento muito potente, os benefícios são diversos. A economia é de cerca de 3,5 % na conta mensal de luz.

“Nesses 10 anos de funcionamento nunca tive problemas com manutenção, ele se pagou em torno de sete anos”, explica o engenheiro.

20% de toda a energia consumida pelas áreas comuns do edifício, ou seja, corredores, elevadores e estacionamento, vêm da geração dos ventos.

Entretanto, Guilherme Schallenberger observa que alguns cuidados devem ser levados em consideração antes da instalação do sistema.

“Alguns detalhes têm ser seguidos, cuidar o diesel e a sombra que gera em determinados locais. A energia eólica tem ser inserida nesse novo esquema de energia distribuída”, diz Guilherme.

Além do potencial energético e os benefícios trazidos ao meio ambiente, os ventos também geram empregos. Segundo uma pesquisa da Agência Internacional de Energia Renovável, a energia eólica pode gerar 3 milhões de postos de trabalho até 2030 em todo o mundo. Só aqui no Brasil, a matriz energética foi responsável por criar mais de 30 mil vagas nos últimos anos.

As energias limpas precisam ser pensadas como investimentos a longo prazo, seja em grande porte ou em pequena escala. Os resultados não são somente financeiros. Eles trazem benefícios para todo o planeta.

Fonte: Band


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