Audiência pública em Rio Grande busca soluções para polo naval
março 14, 2017
Trabalhadores e autoridades de Rio Grande, no Sul do estado, participaram de uma audiência pública, na segunda-feira (13) para debater a situação do polo naval, que chegou a empregar 20 mil trabalhadores, mas que agora emprega apenas 3 mil.
Desde dezembro, os portões do maior estaleiro do porto estão fechados. Apenas os seguranças mantém o canteiro de obras. “Todos os desvios e todos as medidas que causaram todo esse dano, elas não tem a ver com todas essas pessoas que estão aqui hoje desempregadas”, lamentava a desempregada Viviane Neves.
Um grupo de trabalhadores realizou uma vigília durante a madrugada de domingo (12) em frente a empresa, mobilização organizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos, que defende a retomada das obras.
Em dezembro de 2016 a Petrobras cancelou o contrato com o estaleiro Ecovix para a fabricação de cascos de plataformas. Das oito estruturas, apenas três foram entregues, e com atraso.
O estaleiro entrou com pedido de recuperação judicial, e 147 mil toneladas de peças foram deixadas no local. De acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Rio Grande, Benito Gonçalves, esse material poderia ser usado para retomar os projetos na cidade.
“A (plataforma) P70 que está dentro do dique está 70% pronta. Dois mil homens sobem ali para cima, e em 16 meses colocam isso dentro da água. Qualquer outra mobilizaçã: desmanchar, cortar em peças, tira fora, custa muito mais caro que botar para funcionar aqui. Só que essa decisão é política”, afirma Gonçalves.
A situação foi debatida em uma audiência realizada pela Assembleia Legislativa do estado, na Universidade Federal de Rio Grande. De acordo com o prefeito da cidade, Alexandre Lindenmeyer, existe um esforço para garantir os empregos.
No encontro, os trabalhadores protestaram contra a decisão da Petrobras de levar as obras para países asiáticos. Um documento foi elaborado para ser encaminhado para o governo federal.