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De braços bem abertos

dezembro 10, 2020


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Com a homologação, expectativa de aumento de cargas é de 10% para 2021divulgação / PORTOS RS

Depois de dois anos de obras de dragagem com investimento federal de R$ 500 milhões, o principal porto gaúcho poderá receber embarcações de até 366 metros de comprimento – tamanho dos maiores navios do mundo. Na terça-feira aconteceu na Superintendência dos Portos do Rio Grande do Sul (Portos RS) reunião com a equipe técnica para mostrar o levantamento de todas as informações que estão em fase de conclusão referentes ao novo calado do Canal Externo do Porto do Rio Grande.

A equipe apresentou aos representantes da Autoridade Marítima os estudos e critérios técnicos adotados pela SUPRG para dar suporte para a definição do calado do canal externo do Porto. Participaram da reunião o Superintendente Fernando Estima, o Diretor de Qualidade, Saúde, Meio Ambiente e Segurança Henrique Ilha, o Diretor de Infraestrutura e Operação Jeferson Dutra, o Engenheiro Savio Novo e a Oceanóloga Katryana Madeira, além dos representantes da Autoridade Marítima Capitão dos Portos Reinaldo Luís Lopes dos Santos e Elides Freitas de Jesus Júnior, capitão de Corveta e chefe do departamento de segurança do tráfego aquaviário.

Agora, a profundidade externa dos Molhes da Barra é de 18 metros e, nos terminais, passe de 12,8 metros para 15 metros. Além de aumentar a segurança para os navios, o novo calado dá mais eficiência ao porto de Rio Grande.

 

Em outubro o novo calado foi  homologado em cerimônia transmitida pelas redes sociais, com a presença do governador Eduardo Leite, do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, e de outras autoridades em Porto Alegre. Graças à remoção de mais de 16 milhões de metros cúbicos de sedimentos, o calado operacional do chamado canal interno, onde estão os terminais portuários mais importantes e com o maior fluxo de cargas, passou de 12,8 para 15 metros. A profundidade, que era de 14,2, agora é de 16,5 metros. Com isso, a capacidade de movimentação passa a atender aos padrões internacionais de navegação, podendo receber embarcações de até 366 metros – uma diferença de 29 metros em relação à capacidade anterior, de 337 metros. ” A soma dos fatores posiciona o porto de Rio Grande com muito interesse internacional. Novas linhas marítimas vindo pra cá, não apenas para trazer mais carga ao Rio Grande do Sul, mas para a América do Sul”,relata o superintendente dos Portos do Estado, Fernando Estima.

Histórico do novo calado

O contrato original da dragagem foi assinado em julho de 2015 pela União e, a partir daí, mobilizou o governo do Estado, a então Secretaria dos Transportes e a antiga Superintendência do Porto do Rio Grande (SUPRG) para a obtenção da licença do Ibama. Um grupo de trabalho foi criado para atender os critérios técnicos e ambientais. O apoio da Marinha do Brasil foi fundamental ao longo do processo.

O consórcio vencedor da disputa para realizar o serviço foi formado pelas empresas Jan de Nul do Brasil e Dragabrás, que fecharam na época o acordo por R$ 368,6 milhões. Durante o processo, houve judicialização, e o período de obra parada gerou um aumento significativo no custo da obra. Ao final, com todos os aditivos realizados, totalizou R$ 500 milhões de recursos do governo federal.

O novo calado vai permitir que navios cheguem e saiam com maior carregamento de carga, levando ao barateamento do frete e melhores condições para os contratos de seguro.


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