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Importação de derivados de petróleo pelo Brasil dispara em 2017 e já supera 200 mi barris

janeiro 4, 2018


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As importações de derivados de petróleo saltaram em 2017, superando os 200 milhões de barris, em um ano marcado pela perda de participação de mercado pela Petrobras, segundo dados oficiais publicados nesta sexta-feira.

Plataforma de petróleo no Porto do Açu, em São João da Barra, no Rio de Janeiro 07/06/2016 REUTERS/Ricardo Moraes

O volume de compras externas de derivados de petróleo pelo Brasil somou aproximadamente 206,9 milhões de barris no acumulado do ano até novembro, alta de 25 por cento ante o mesmo período do ano passado, informou a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

O montante já é o maior registrado em apenas um ano, segundo uma série histórica da ANP que remonta até o ano 2000. No recorde anterior, as importações de derivados somaram 196,7 milhões de barris em todo o ano de 2014, quando o país registrava uma forte demanda interna.

O movimento ocorre após a Petrobras, que tem quase 100 por cento da capacidade de refino do Brasil, abrir espaço para a concorrência desde que adotou uma política de preços que segue a lógica do mercado internacional, em outubro de 2016, em busca de rentabilidade.

O mercado ganhou a adesão de novos importadores, de todos os portes, reduzindo as vendas da Petrobras e o uso do produto refinado pela estatal.

Como resultado, o crescimento expressivo das importações em 2017 acontece apesar das vendas totais de combustíveis no acumulado do ano até novembro no país terem aumentado apenas 0,6 por cento, segundo a ANP.

O volume total de derivados importado em novembro somou aproximadamente 13,7 milhões de barris, alta de 28,7 por cento ante o mesmo mês do ano passado. Na comparação com outubro, entretanto, houve uma queda nas importações de 36 por cento.

O setor se tornou fortemente importador em um mercado de distribuição dominado por empresas como Raízen, dos grupos Cosan e Shell; Ipiranga, da Ultrapar; e a própria BR distribuidora, controlada pela Petrobras, líder no segmento que tem liberdade para comprar de outras companhias, se for mais lucrativo.

A perda de mercado da petroleira ao longo do ano levou a empresa a realizar ajustes em sua política de preços.

Em entrevista à Reuters no início do mês, o gerente-executivo de Marketing e Comercialização da empresa, Guilherme França, afirmou que os concorrentes da petroleira ao longo do ano “foram ganhando musculatura, aprendendo, descobrindo fluxos logísticos que permitiram a redução de custos, então a importação começou a crescer” ainda mais.

Segundo ele, revisões de parâmetros na política de preços da Petrobras poderão se tornar mais constantes com o tempo, assim como a variação das cotações nas refinarias, com o amadurecimento do mercado de combustíveis do Brasil.

Com isso, ao mesmo tempo em que a Petrobras busca melhorar seu desempenho, ela se torna menos previsível para concorrentes.

As importações de óleo diesel, combustível mais consumido do Brasil, subiram 62,8 por cento no acumulado do ano até novembro, para aproximadamente 73,58 milhões de barris, o maior volume já importado em um único ano, segundo o levantamento publicado pela ANP nesta sexta-feira.

O recorde anterior de importações de diesel em um único ano foi de 70,918 milhões de barris em todo o ano de 2014.

Em novembro, as importações do combustível fóssil cresceram 75 por cento ante o mesmo mês de 2016 e caíram 5 por cento em relação a outubro.

Já as compras externas de gasolina no acumulado dos 11 meses cresceram 53,8 por cento ante o mesmo período do ano passado, para 25,93 milhões de barris, também o maior volume já importado em um único ano, segundo o levantamento da ANP. O recorde anterior era de 23,776 milhões de barris importados em todo o ano de 2012.

Em novembro, as importações de gasolina cresceram 17,6 por cento ante o mesmo mês de 2016 e caíram de 41 por cento ante outubro, para 1,177 milhão de barris.


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